"Por que você escreve?" Perguntaram-me uma certa vez. pego de sobressalto pelo questionamento nunca antes feito, não soube responder. "Por que eu escrevo?" Pergunto-me até hoje e receio dizer que, evitando mentir para mim mesmo, ainda não sei responder. Não sei, pois o saber é da ciência, e poesia não é ciência, poesia é arte e a arte foi feita para sentir, não para saber.
Eu fujo para a poesia quando não sei mais para onde ir. Quando as dores da vida me pesam, quando a tristeza me aperta o peito e a raiva me ferve o sangue, é para cá que venho. O papel e a caneta foram meu refugio em tempos de caos, em que não queria mais ser eu, e em tempos de tamanha alegria que eu não cabia mais dentro de mim. É nessas horas (e em tantas outras), que me derramo sobre as linhas, fazendo da tinta o meu sangue, das folhas, meu corpo, das palavras, minh'alma, e da poesia, uma extensão de mim mesmo.
É pra cá que venho quando o coração acelera ao escutar o nome dele. É aqui que me escondo quando estou com medo do que poder ser, mas ainda não é. É aqui que caio quando perco o chão ao descobrir um segredo que deveria ser escondido até do próprio diabo. Venho quando a realidade não me basta, mas também quando ela é demais pra suportar.
Escrevo para viver e as vezes quando preciso dar uma pausa na vida. Escrevo, como quem cava a procura de ouro, procurando um motivo para escrever. Ainda sou pobre de motivos, mas rico em sentimentos, e enquanto eu sentir, também o mundo estará rico de minhas poesias.
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