Sabe,
as vezes, só as vezes, eu olho para as estrelas, chego a observa-las por horas.
Suas luzes, mesmo tão distantes, conseguem iluminar nitidamente a minha noite.
Mas existe uma. Uma luz em especial, uma luz que se destaca das demais. Não sei
porque, nem como, mas ela mexe comigo de uma forma que nenhuma outra mexe.
Ela
não é a maior, tão pouco a mais bela do céu, mas talvez a forma que brilhe. Não,
o brilho não é o caso. Já vi maiores e mais brilhantes. Quem sabe a solução
desse dilema não esteja em mim? A sua luz, talvez, seja o que meu coração precisa. Fraca demais me deixaria
na escuridão, e muito mais forte do que já é, cegaria minha visão. Assim, ela
brilha de forma a iluminar perfeitamente o seu ser.
Até
pode ser isso. mas... e se... e se o problema não for eu, nem você. Quem sabe,
por um sonho longínquo, que mais parece um pesadelo, o problema for nós dois?
Você, alta demais, só é possível alcança-la apenas com meus olhos. E eu,
pequeno demais, nunca seria capaz de toca-la, por mais que eu me estique, por
mais alto que eu esteja, por mais que eu me esforce, nunca passarei de uma
eterna troca de olhares.
Ainda
me recordo do dia que a notei. Meus olhos, já cansados de ver apenas as
sujeiras da terra, pararam um dia para observar as água. Foi lá, nas margens
daquele rio que a vi pela primeira vez. Sendo refletida no cristal líquido que
corria leito abaixo, e no prateado escamoso dos peixes que ali nadavam.
Buscando ver melhor aquele ponto luminoso, suspendi a cabeça. Pela primeira vez
na minha vida, eu olhei para o céu.
Mas
o verdadeiro sentimento veio com o tempo, veio dos sorrisos, das lágrimas, dos
olhares, das saudades durante o dia e das noites que passávamos em claro,
conversando. Quando percebi, já a queria mais perto do que poderia ter.
Por
conta de certas circunstâncias, ia para o meu quarto e simplesmente dormia,
deixando-a só, me observando pelo lado de fora da janela. Quero apenas que ela
saiba que não o fiz por mal. Quem dera ter a oportunidade de subir lá para
explica-la melhor minha situação. Alias, se pudesse assim fazer, nunca mais
iria querer voltar. Por lá mesmo ficaria, desfrutando de seus braços, abraços,
beijos e lábios.
Isso
me faz pensar... E se a culpa não for minha, nem sua. E se eu pudesse ir sim
até ela? Ou se ela pudesse sim vir até mim? E se pessoas más estiverem me
mantendo aqui no chão? Ou mantendo ela lá em cima?
De
uma coisa eu tenho certeza, eu não sou o único. Existem muitos outros por aí
como eu. Cada qual com sua estrela. Cada qual com sua lua. Cada qual com seu
cometa. Todos eles, tentando subir, arrancando suas correntes que os mantêm
presos no chão. Todos eles soltando suas amarras.
Todos
nós, gritando nossas luzes interiores. E um dia... Um bendito dia, nós vamos
brilhar com tanta força, que vamos ofuscar os olhos do próprio Deus, e Ele vai
ouvir nossas orações, a ponto de finalmente nos dar o direito de subir e descer
sempre que quisermos.
E
eu finalmente vou poder reencontrar minha estrela.
Linda !!!!
ResponderExcluirPerfeita e triste como vc, inigualável eu diria
ResponderExcluir